domingo, 15 de abril de 2012

Brasília uma capital enorme construída da noite para o dia



Brasília, a terra prometida, é um dos raros casos em que um sonho se torna uma realidade baseada em premissas nas quais a fé parece ter sido a razão principal, e é transformada em um marco na história do urbanismo e uma obra-prima da arquitetura modernista. É a única cidade do mundo construída no século 20 que tem a condição de Património Mundial pela UNESCO em 1987.


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Normalmente, o local de nascimento de uma cidade é escolhido por seus primeiros habitantes que se instalaram ali por que ficava perto de um rio ou um lago, ou por ter várias vantagens relacionadas à topografia, geografia, clima, etc No caso de Brasília, o local foi escolhido, no meio de uma região de savana semi-desértica (Cerrado brasileiro) e só então foi construído o lago, o clima, e outras conveniências adequados para sustentar a vida humana.

As capitais do Brasil sempre tiveram problemas quanto à sua localização, a primeira em "Salvador da Bahia" 1536-1763 e, em seguida, Rio de Janeiro 1763-1960, ambas localizadas em locais estrategicamente vulneráveis. A idéia de mover sua capital para o interior maior foi considerada desde o tempo do Brasil colônia de Portugal e foi criada na Constituição Brasileira de 1891.

Uma das razões para a transferência era a condição enfermiça do Rio de Janeiro, mas foi eliminada com a erradicação da epidemia, durante o governo de Rodrigues Alves (1902-1906), que, aliás, melhorou a aparência de da cidade, levando ao seu desenvolvimento.

A outra razão foi a vulnerabilidade estratégica. A história registrou muitos ataques contra a cidade do Rio, começando com a sequência de ataques de conquistadores franceses que queriam se estabelecer lá pelo século XVI e a Revolta da Chibata, na qual simples marinheiros colocaram o governo do Marechal Hermes da Fonseca em xeque, forçando-o a fazer concessões desonrosas para evitar o bombardeio da cidade. Mais tarde, em 1904 "Guerra da Vacina" (a guerra da vacina), as revoltas de 1922, o golpe comunista em 1935 e o integralista "Putch" em 1938, em todos esses ataques tomou-se oportunidade da fragilidade do Rio de Janeiro, em termos de defesa.

O santo italiano Dom Bosco, o fundador da ordem salesiana teve um sonho em 1883 no qual ele descreveu uma cidade futurista de prosperidade e ordem, que viria a ser local de Brasília:

"Tra il grado 15 e il 20 grado vi era un seno assai lungo e assai largo que partiva di un punto che formava un lago. Allora una voce disse ripetutamente, quando si verrano a scavare le miniere nascoste in mezzo a questi monti di quel seno apparirà quila terra promessa fluente latte e miele, sarà una ricchezza inconcepibilie" (Memorie Biografiche, XVI, 385-394Entre os paralelos 15 e 20 graus, havia um leito muito largo e muito extenso, que partia de um ponto onde se formava um lago. Então uma voz disse repetidamente: "Quando escavarem as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a Grande Civilização, a Terra Prometida, onde correrá leite e mel. Será uma riqueza inconcebível. E essas coisas acontecerão na terceira geração").

Em 12 de maio de 1892, o Marechal Floriano Peixoto considerou inevitável o cumprimento do terceiro artigo da Constituição de 1891, e imperiosamente determinou a mudança da capital da União, organizou uma exploração para determinar a região da futura capital. Eles escolheram o astrônomo brasileiro de origem belga Luiz Cruls, para liderar a expedição.

Composta por 22 homens, 206 caixotes e fardos (cerca de 10 toneladas), a Comissão chefiada por Cruls, em 9 de junho de 1892, partiu de trem do Rio de Janeiro para Uberaba (MG) ​​e de lá para o planalto central.

Em Pirenópolis, a 12 de Agosto, Cruls dividiu o pessoal em duas turmas, com o objetivo de percorrer o Planalto a ser explorado por dois caminhos diferentes. A primeira turma - chefiada por Cruls - seguiu diretamente para Formosa, aonde chegou a 23 de Agosto. A segunda, que passou por Corumbá, Santa Luzia (hoje Luziânia) e Mestre d’Armas, chegou a Formosa em 14 de Setembro. Ambas as turmas deviam determinar diariamente a hora e a latitude. Para tanto, deviam usar quaisquer fenômenos que pudessem servir para determinar a longitude, como os eclipses do primeiro satélite de Júpiter e as ocultações que deveriam ser observadas pelo menos em alguns pontos do itinerário.

Outro processo usado foi a determinação da longitude por distâncias lunares, quer pela passagem de Lua e/ou de uma estrela pelo mesmo vertical ou pela mesma altura, quer por diferenças de altura entre os dois astros.

Trabalho concluído, muita esperança de mudancistas e nada mais. Após o relatório da Comissão, convocada em seguida, Poli Coelho, o assunto ainda é tratado com lentidão pelo Congresso, que já leva mais de cinco anos, mas então é estabelecido um novo estudo de localização e agora é estabelecido um prazo máximo de sessenta dias para o início e três anos para a conclusão. É a Lei n º 1.803 aprovada em 05 de janeiro de 1953 que define estudos sobre a região do Planalto Central entre o Sul paralelos 15 º 30 'e 17 e os meridianos W.Gr.46 º 30' e 49 º 30 '- o chamado "retângulo do Congresso" (retângulo do Congresso) - visando a seleção da nova capital federal. No segundo artigo, que define:

"Em torno deste local será demarcado, respeitando ou não os limites naturais, uma área aproximada de 5.000 quilômetros quadrados, que deve conter na melhor forma, os requisitos para a constituição do Distrito Federal e será incorporado ao Patrimônio da União ".

Finalmente, em 15 de abril de 1955, a Comissão encarregada da Localização de Nova Capital compara vantagens e desvantagens das cinco áreas prioritárias para a construção da cidade. Eles escolhem o local do "Sítio Castanho", 25 quilômetros a sudoeste de Planaltina, e também definem o perímetro da área futuro Distrito Federal: cerca de 5850 quilômetros quadrados.

Em maio de 1955, o Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (idealizador da construção da Academia Militar de "Agulhas Negras") finca uma cruz de madeira no ponto mais alto, considerado o marco fundamental da cidade. É a atual Praça do Cruzeiro  e a cruz original foi levada para a Catedral Metropolitana, onde está até hoje.

Agora é hora de construir o lago, o Lago Paranoá

Criado com o propósito de aumentar a umidade na sua vizinhança. Lago Paranoá é um lago artificial projetado em 1894 pela Missão Cruls e materializado com a construção da cidade durante a administração do presidente Kubitschek.

As águas represadas do Rio Paranoá formaram um lago com 48 quilômetros quadrados, profundidade máxima de 38 metros e cerca de 50 quilômetros de circunferência, com algumas praias artificiais, tais como "Prainha" e "Piscinão do Lago Norte". 

Um concurso foi criado para dar a oportunidade de um urbanista brasileiro a conceber Brasília, 5550 pessoas se inscreveram.

Lúcio Costa venceu o concurso e foi o principal urbanista em 1957, Oscar Niemeyer, um amigo próximo, foi o arquiteto-chefe da maioria dos edifícios públicos e Roberto Burle Marx foi o paisagista.

Foi Juscelino Kubitschek de Oliveira, nascido em 12 de setembro de 1902, conhecido também por sua sigla JK, um proeminente político brasileiro de origem cigana Checa, que teve a honra de ser o homem por trás da construção faraônica de Brasília.

Presidente do Brasil de 1956 a 1961. Ele nasceu em Diamantina, Minas Gerais, e morreu em 1976. Seu mandato foi marcado pela prosperidade econômica e estabilidade política.

Brasília foi construída no incrível prazo de 41 meses, de 1956 a 21 de abril de 1960, quando foi oficialmente inaugurada.

No extremo noroeste do Eixo Monumental estão o Distrito Federal e os edifícios municipais, enquanto no extremo sudeste, perto da costa central do Lago Paranoá, estão os edifícios executivo, judiciário e legislativo em torno da Praça dos Três Poderes, o coração conceitual da cidade.

Estas e outras grandes estruturas foram projetadas pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Na Praça dos Três Poderes, ele criou como um ponto dramático o Palácio do Congresso, que é composto de cinco partes: as torres gêmeas administrativas ladeadas por um grande domo de concreto, branco (o Senado) e por um igualmente maciço prédio em forma de taça (a Câmara dos Deputados), que se juntam à cúpula por uma construção subjacente de teto plano.

Uma de anexos rebaixados flanqueiam a entrada em ambas as extremidades. Também na praça estão o envidraçado Palácio do Planalto abrigando os escritórios presidenciais e o Palácio do Supremo Tribunal Federal.

Mais ao leste, em um triângulo de terra que se projeta para dentro do lago, esta localizado o Palácio da Alvorada (a residência presidencial).

Entre os edifícios federais e cívicos no o Eixo Monumental está a Catedral de Brasília (Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida - a padroeira do Brasil), considerado por muitos como a melhor obra de Niemeyer. A estrutura de forma parabólica é caracterizada pelas seus 16 suportes graciosamente encurvados, que se juntam em um círculo de 35 metros acima do chão da nave; unindo os suportes existem paredes translúcidas de vidro colorido. A nave é acessada através de uma passagem subterrânea, em vez das portas convencionais.

Outros edifícios notáveis ​​são Palácio do Buriti, Palácio do Itamaraty, o Teatro Nacional, e várias embaixadas estrangeiras que incorporam criativamente características de sua arquitetura nacional. O renomado paisagista brasileiro Roberto Burle Marx projetou jardins modernistas para alguns dos principais edifícios.

Quanto custou a Brasília? Eugênio Gudin, ministro da Fazenda Café Filho de agosto de 1954 a abril de 1955, um inimigo político de JK e unanimidade intelectual, fez uma estimativa de 1,5 bilhão de dólares. Levou em conta apenas os gastos públicos, sem falar "no tremendo desperdício indireto com transportes, viagens para cá e para lá, dobradinhas, perda de tempo", escreveu o economista. Em m valores de hoje, aplicando-se apenas a correção monetária americana, a cifra seria equivalente a 19,5 bilhões de dólares. Com juros de 3% ao ano, padrão médio de taxação, chega-se a um valor atual de 83 bilhões de dólares.

O presidente Kubitschek, em entrevista citada no livro Quanto Custou Brasília, do jornalista Maurício Vaitsman, defendeu-se de modo populista, ao explicar por que emitira 134 milhões de cruzeiros em cinco anos de governo: "Isso quer dizer que toda aquela pletora de desenvolvimento representou, na realidade, o sacrifício de apenas 2 cruzeiros, em cinco anos, para cada brasileiro".

Apelou-se para a emissão de dinheiro, os tais 2 cruzeiros por cidadão, porque todas as outras formas de financiamento das obras não funcionaram, especialmente a venda de terrenos atrelada à chamada "Obrigação Brasília", anunciada como ótimo negócio que pouca gente quis. Os terrenos no Planalto Central viraram moeda fácil, promessa vã.

O montante gasto em Brasília nunca foi igualado, tome por exemplo Songdo International Business District (SIBD) Um centro urbano integrado de negócios de 1.500 acres (6 km ²) de terra recuperada ao longo do waterfront Incheon, a 40 milhas (65 km) a oeste de Seul, Coreia do Sul e ligado ao Aeroporto Internacional de Incheon por uma ponte rodoviária de 7,4 milhas (12,3 km) de concreto armado, denominada ponte Incheon. Junto com Yeongjong e Cheongna, é parte da Zona Económica Franca de Incheon.

O Distrito de Negócios Internacionais de Songdo contará ainda com a Ásia Trade Tower e a Torre Incheon. Escolas, hospitais, apartamentos, prédios de escritórios e instalações culturais serão construídas no distrito. Réplicas de marcos arquitetônicos, incluindo New York City Central Park e vias navegáveis ​​de Veneza, também serão incorporados. Este projeto de desenvolvimento de 10 anos é estimado para custar mais de US $ 40 bilhões.

O “The World or World Islands” um arquipélago artificial de várias pequenas ilhas construídas de forma a representar o mapa do mundo, localizadas a 4,0 km (2,5 milhas) ao largo da costa de Dubai, Emirados Árabes Unidos custará algo como 14 bilião de dólares.

A cidade foi aclamada pela forma que a arquitetura modernista foi aplicada em grande escala e por seu plano de cidade um tanto quanto utópica. Porem é criticada pelos mesmos motivos.

Após uma visita a Brasília, a escritora francêsa Simone de Beauvoir se queixou de que todas as "superquadras" exalavam o mesmo ar de monotonia elegante, outros observadores equiparam os grandes gramados abertos, praças e campos à terrenos baldios.

Como a cidade amadureceu, alguns destes parques ganharam adornos, e passaram a ter uma melhor paisagem, dando a alguns observadores uma sensação de espaço "humanizado".
Painéis do Aeroporto Internacional de Brasilia

Embora não seja totalmente bem sucedida, a "utopia brasileira" produziu uma cidade de qualidade de vida relativamente elevada, na qual os cidadãos vivem em áreas florestadas, com estruturas de desporto e lazer (as superquadras) ladeadas por pequenas áreas comerciais, livrarias e cafés, a cidade também é famosa por sua culinária e eficiência de trânsito.

Mesmo essas características positivas provocaram controvérsia, com o apelido de "ilha da fantasia", Brasília mostra o forte contraste entre as cidade de regiões vizinhas, marcadas pela pobreza e desorganização de suas cidades no estado de Goiás, e no entorno de Brasília.

Nada tem o apelo mais rápido do que as fantasias das pessoas sobre o futuro. Isto é o que você recebe quando os homens perfeitamente decentes, inteligentes e talentosos começam a pensar em termos de espaço, em vez de lugar e significados individuais em detrimento dos múltiplos. É o que você ganha quando projetam para as aspirações políticas, mais do que para as reais necessidades humanas. Você recebe milhas e milhas de construções de segunda, platônicas, infestadas com Volkswagens. Esta de certa forma, pode ser a última experiência de sua espécie. A aposta utópica pára por aqui.

- Robert Hughes, O Choque do episódio, Nova 4: Trouble in Utopia

Creio que Hughes está bastante equivocado, estive recentemente em Brasília e não vi Volks vagens em ruas semidesérticas, a natureza floresce em suas praças bem cuidadas e o numero de Porches e BMWs parece só aumentar.


Brasília ainda é mais fotogênica do que adequada aos passeios a pé, mas sem duvida inspira arquitetos, urbanistas e admiradores de ficção cientifica a criarem suas utopias. Sem duvida não será a ultima de sua espécie.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Criação do logo da campanha - Ame o Brasil - ♥ o [ < o > ]



Campanha lançada com o propósito de incentivar o publico jovem a ter mais amor pela pátria, mais respeito pelos valores nacionais, e identificar melhor o que difere a pátria brasileira de alguns de seus dirigentes que muitas vezes cometem equívocos e nos forçam a ter um sentimento negativo por tudo que diz respeito à cultura brasileira.

Segundo Roberto (sem sobrenome declarado) no portal Yahoo! Respotas ®  ao comentar sobre a pegunta “o que falta ao brasileiro é mais amor à pátria?”  “Em nosso país está havendo uma grande confusão: confunde-se pátria com as pessoas que a governam e aí fica difícil fazer uma declaração de amor a quem está nos traindo.
Pátria é o solo onde vivemos, a terra que foi nosso berço, aquele pedaço de chão com que temos intimidade. Pátria é como mãe; impossível não amá-la!
Querida Pátria, tão traída quanto nós, seu povo, que Deus te reserve um melhor destino, para que meus filhos e netos não precisem buscar cidadania em outras terras!”

Com base em argumento semelhante, criei em 2007 um logo para a proposta de Ame o Brasil, de forma que fosse fácil de o publico jovem se manifestar e reproduzir o logo.

A proposta inicial foi a de que este logo pudesse ser incluído em citações no Twiter, Orkut, Facebbok, etc.

Sua simplicidade fez com que sua reprodução aparecesse de forma sutil e inteligente, elegantemente colocado para representar a bandeira nacional seguida do ícone do coração, com base na campanha de Milton Glaser e Bobby Zarem para promover o turismo no Estado de Nova Iorque em meados dos anos 70.

A única forma da nação manifestar seu amor e através de seus habitantes, o povo brasileiro é a forma de o Brasil promover o seu amor próprio e defender-se de seus agressores, inspirando outras nações a crescerem em suas próprias maravilhas e se fortalecerem em suas culturas.

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